sábado, 12 de dezembro de 2015

"Amigos" Brasileiros

Lula da Silva já mereceu, em tempos, o meu respeito. Foi num tempo em que se opôs aos governos que subjugaram o seu país, condenando-o à fome e à miséria; um tempo em que lutou abnegadamente pelo poder até o alcançar em 2003, enchendo de esperança os milhões de brasileiros que ambicionavam legitimamente fugir à pobreza. Saiu em 2010 e é indubitável que nesse período de sete anos alguns milhões de brasileiros foram retirados da situação miserável em que viviam e o país alcançou uma importância política e económica notáveis. No entanto, o rasto de corrupção que vinha do passado não desapareceu, antes pelo contrário, e nele estão embrulhados os “impolutos” membros do seu Partido dos Trabalhadores, em quem o povo brasileiro, e não só, depositou tanta esperança. 
Já em 2007, na revista Sábado, o então presidente Lula deixou escapar uma acusação eivada de enorme leviandade intelectual surpreendente. Pelo menos para mim. A propósito da descoberta de mais de 1000 escravos numa plantação de cana-de-açúcar, na Amazónia, o presidente apontava como causa do crime a “herança histórica” deixada por Portugal. Isto é, o Brasil é um país independente desde 1822, a escravatura foi abolida algumas dezenas de anos mais tarde e agora, no seculo XXI e após a passagem pedo poder de milhares de governantes brasileiros, ao que parece voltou. Segundo um estudo efectuado na Universidade de São Paulo concluiu-se “…existirem 85.000 escravos no país”. E lia-se na revista, “São sobretudo homens entre os 18 e os 40 anos, pobres que contraem dívidas para pagar viagens e instrumentos de trabalho e que nunca chegam a receber salário”. Tudo culpa dos portugueses, claro!
Ontem, em Madrid, Lula da Silva foi mais longe na desculpabilização dos seus comparsas e apontou o dedo à colonização portuguesa pelos atrasos constatados na educação do seu povo. Se em 2007 tinha sido leviano, agora foi demagogo e desonesto, ao afirmar que “…a primeira universidade brasileira apenas foi criada em 1922, “esquecendo-se” de mencionar que os alicerces do Ensino Superior brasileiro foram construídos muito antes, no final de século XVII e XVIII, com a criação em 1792, da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, instituição de ensino superior precursora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e depois, em 1808, a Faculdade de Medicina da Baía, na sequência da chegada ao Brasil da Coroa portuguesa.
O que mais me irrita nestes “amigos” de Portugal, Lulas da Silva, Caetanos Veloso, Maitês Proença e quejandos, que de vez em quando largam aqui os seus dislates, é a conversa “mole”, cínica e sorridente, tipo “Eu gosto muito de Portugal, meu avô era português… aqui me sinto em casa. Sei que isto não agrada aos portugueses, mas…”
Perdido que está o respeito, ilustres irmãos brasileiros infantilóides com manifesta dificuldade em crescer e assumir responsabilidades, recebam o meu desprezo, e já agora façam o favor de seguir o caminho preconizado pelas claques do Benfica e do Sporting quando recebem o Pinto da Costa… 


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