Lula
da Silva já mereceu, em tempos, o meu respeito. Foi num tempo em que se opôs
aos governos que subjugaram o seu país, condenando-o à fome e à miséria; um
tempo em que lutou abnegadamente pelo poder até o alcançar em 2003, enchendo de
esperança os milhões de brasileiros que ambicionavam legitimamente fugir à
pobreza. Saiu em 2010 e é indubitável que nesse período de sete anos alguns
milhões de brasileiros foram retirados da situação miserável em que viviam e o
país alcançou uma importância política e económica notáveis. No entanto, o
rasto de corrupção que vinha do passado não desapareceu, antes pelo contrário,
e nele estão embrulhados os “impolutos” membros do seu Partido dos
Trabalhadores, em quem o povo brasileiro, e não só, depositou tanta esperança.
Já
em 2007, na revista Sábado, o então presidente Lula deixou escapar uma acusação
eivada de enorme leviandade intelectual surpreendente. Pelo menos para mim. A
propósito da descoberta de mais de 1000 escravos numa plantação de
cana-de-açúcar, na Amazónia, o presidente apontava como causa do crime a
“herança histórica” deixada por Portugal. Isto é, o Brasil é um país
independente desde 1822, a escravatura foi abolida algumas dezenas de anos mais
tarde e agora, no seculo XXI e após a passagem pedo poder de milhares de
governantes brasileiros, ao que parece voltou. Segundo um estudo efectuado na
Universidade de São Paulo concluiu-se “…existirem 85.000 escravos no país”. E lia-se
na revista, “São sobretudo homens entre os 18 e os 40 anos, pobres que contraem
dívidas para pagar viagens e instrumentos de trabalho e que nunca chegam a
receber salário”. Tudo culpa dos portugueses, claro!
Ontem,
em Madrid, Lula da Silva foi mais longe na desculpabilização dos seus comparsas
e apontou o dedo à colonização portuguesa pelos atrasos constatados na educação
do seu povo. Se em 2007 tinha sido leviano, agora foi demagogo e desonesto, ao
afirmar que “…a primeira universidade brasileira apenas foi criada em 1922,
“esquecendo-se” de mencionar que os alicerces do Ensino Superior brasileiro
foram construídos muito antes, no final de século XVII e XVIII, com a criação
em 1792, da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, instituição de
ensino superior precursora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e depois,
em 1808, a Faculdade de Medicina da Baía, na sequência da chegada ao Brasil da
Coroa portuguesa.
O
que mais me irrita nestes “amigos” de Portugal, Lulas da Silva, Caetanos Veloso,
Maitês Proença e quejandos, que de vez em quando largam aqui os seus dislates, é
a conversa “mole”, cínica e sorridente, tipo “Eu gosto muito de Portugal, meu
avô era português… aqui me sinto em casa. Sei que isto não agrada aos
portugueses, mas…”
Perdido
que está o respeito, ilustres irmãos brasileiros infantilóides com manifesta
dificuldade em crescer e assumir responsabilidades, recebam o meu desprezo, e
já agora façam o favor de seguir o caminho preconizado pelas claques do Benfica
e do Sporting quando recebem o Pinto da Costa…
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