Fez ontem 45 anos que eu e mais umas largas dezenas de rapazes
e raparigas da minha idade… entrámos para a TAP. Divididos por sete turmas…
(foi uma altura de grande expansão da companhia) aí fomos aprendendo a ser
comissários e assistentes de bordo e criando laços que se mantiveram mais ou
menos apertados ao longo do tempo.
No passado, temos comemorado este dia em algumas datas
redondas. Por motivos vários e dolorosos o número de presenças tem vindo a
diminuir. Ontem, juntámo-nos uma vez mais e foi muito bom. Como sempre! Estar
junto dos nossos é uma dádiva da vida que certamente merecemos.
O menu foi bom mas isso foi apenas um pormenor, tal como as
conversas, as histórias e os risos. Maior foi o prazer de estar ali.
Nas costas do menu estava este poema que aqui partilho, da
autoria de um de nós:
“VOAR FOI
ESTAR SEMPRE ONDE O TEMPO NÃO CONTA
ONDE O VENTO NÃO PARA
ONDE O SOL SE
ESCONDE NAS LUAS DA VIDA
VOAR É NUNCA
ESQUECER OS QUE ESTÃO POR PERTO
OS QUE
LEVAMOS NA ALMA QUANDO FUGIMOS NO ESPAÇO
SONHANDO
MADRUGADAS DE REGRESSOS
VOAR É SONHAR
DE AMOR E SAUDADE
É ENTREGAR A
VIDA A QUEM SABE ESPERAR
SEM SE ESQUECER DE NÓS.
VOAR, COMPANHEIROS É CHORAR E RIR
PORQUE SOBRA SEMPRE TEMPO QUANDO ESTAMOS LONGE
E É CURTO O QUE PASSAMOS NOS NINHOS TERNURENTOS DOS NOSSOS AMORES
VOAR É MESMO ASSIM SER SIMPLES E ESPERAR
PORQUE QUANDO PARARMOS DE CAVALGAR O ESPAÇO
NUNCA PARARÁ O PENSAMENTO,
NUNCA ESQUECEREMOS OS MOMENTOS
E OS AMIGOS QUE MÃO NA MÃO FORAM CONNOSCO CHEGANDO
Ouve também um vídeo projetado durante o jantar e depois oferecido
a cada um de nós, feito a partir de fotografias de encontros anteriores. O
vídeo não o partilho porque para mim, é uma daquelas coisas íntimas que só
interessam a quem as viveu.