O Grande Prémio do World Press Cartoon (WPC) deste ano foi
ganho por André Carrilho com um desenho publicado em 2014, onde é evidente a
dualidade de critérios, nossos, ocidentais, que atribuem importância às coisas e
às pessoas em função dos sinais fenotípicos, em particular, a cor da pele.
No desenho
estão representados doentes vítimas do Ébola – dezenas de negros e apenas um
branco – e a comunicação social foca a atenção, claro, no branco.
Agora surgiu outra imagem que vai, certamente, ser premiada,
dar origem a reportagens e filmes.
E, talvez seja sonhar alto, a medidas para
acabar ou minorar a tragédia. Após terem morrido milhares de indivíduos de pele
negra ou escura, afogados no Mediterrâneo perante a nossa quase indiferença
(apenas algum incómodo…), morreu uma criança síria, mais uma. Não! Esta é
diferente. Porque a imagem que nos foi mostrada e repetida mil vezes por tudo o
que é meio de comunicação é chocante pela circunstância de a criança ter a pele
branca, como nós.
Somos uns sentimentalões.
E racistas.
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