Os actos terroristas do
“13 de Novembro” em Paris tinham como objectivo principal, creio, amedrontar os
europeus e condicioná-los nos modos de vida a que se habituaram; coisas simples
como sair à rua, viajar, passear, divertir-se, fazer do tempo de cada um aquilo
que a liberdade e o desejo foram ajudando a conquistar.
Aquando do miserável
ataque, decidi de imediato combater esse medo que os seus autores queriam impor,
mantendo a viagem programada para um mês depois com destino à Holanda. Fiz o
que tinha a fazer e viajei com parte da família, sem medo.
Estamos em Amesterdão
e, por acaso, o hotel fica num bairro maioritariamente habitado por muçulmanos.
Por inerência da profissão contactei ao longo dos anos com muitas e variadas
comunidades muçulmanas e era já minha convicção que ser muçulmano não deve ser
um estigma. E no fundo, no fundo, sejamos cristãos, muçulmanos, judeus, ou pertencentes
a outra qualquer religião, andamos todos ao mesmo... ou seja, procuramos ser
felizes. Não vale a pena referir as excepções da existência em todas as
religiões de loucos, terroristas e outros kamikazes que contrariam esta regra
porque não passam disso mesmo, de excepções, e não existe vacina contra eles.
Hoje o nosso dia foi
preenchido quase na totalidade com a visita à casa de Anne Frank e à Sinagoga
Portuguesa, dois locais onde os efeitos da intolerância para com os “outros” é
emocionalmente mostrada. Provavelmente não poderia ser de outra maneira. Não
sei.
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