sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Sentimentalões

O Grande Prémio do World Press Cartoon (WPC) deste ano foi ganho por André Carrilho com um desenho publicado em 2014, onde é evidente a dualidade de critérios, nossos, ocidentais, que atribuem importância às coisas e às pessoas em função dos sinais fenotípicos, em particular, a cor da pele. 
No desenho estão representados doentes vítimas do Ébola – dezenas de negros e apenas um branco – e a comunicação social foca a atenção, claro, no branco.
Agora surgiu outra imagem que vai, certamente, ser premiada, dar origem a reportagens e filmes. 
E, talvez seja sonhar alto, a medidas para acabar ou minorar a tragédia. Após terem morrido milhares de indivíduos de pele negra ou escura, afogados no Mediterrâneo perante a nossa quase indiferença (apenas algum incómodo…), morreu uma criança síria, mais uma. Não! Esta é diferente. Porque a imagem que nos foi mostrada e repetida mil vezes por tudo o que é meio de comunicação é chocante pela circunstância de a criança ter a pele branca, como nós. 
Somos uns sentimentalões. 
E racistas.   


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